terça-feira, 9 de julho de 2013

Sinais


Domingo assisti mais uma vez ao filme "Sinais", pelo qual sou fascinada. Ao contrário do que muitos pensam, o filme não tem como foco principal a invasão extraterrestre - tema do qual gosto muito - e sim discutir questões mais profundas como a importância do relacionamento familiar, a força da fé, a existência de sinais - que não percebemos - de que nada acontece por acaso, o que podemos entender um pouco a partir dessa fala de Graham Hess (Mel Gibson): As pessoas se dividem em dois grupos quando vivenciam um momento de sorte. O grupo número um vê como mais do que sorte, mais do que coincidência. Eles vêem como um sinal, uma evidência de que alguém está cuidando deles. O grupo número dois vê como pura sorte, um acaso feliz. Tenho certeza que o grupo número dois está olhando para essas 14 luzes de forma suspeita. Para eles a situação é meio a meio. Pode ser ruim, pode ser boa. Mas lá no fundo eles sentem que, não importa o que acontecer, eles estão sozinhos. E isso os enche de medo. Sim, existem essas pessoas. Mas tem muita gente no grupo número um e, quando eles vêem essas 14 luzes, eles vêem um milagre. E lá no fundo eles sentem que, não importa o que acontecer, haverá alguém lá para ajudá-los. E isso os enche de esperança. Você deve se perguntar que tipo de pessoa você é. Você é do tipo que quando vê sinais, vê milagres? Ou você acredita que as pessoas simplesmente dão sorte? Ou veja a questão dessa maneira: É possível que não existam coincidências? 
Mas o que me faz voltar a assistir ao filme sempre e sempre é a cena em que, prestes a serem atacados pelo ET que ronda sua casa, Graham tenta distrair as crianças contando a elas como foi o momento de seus nascimentos, e a história de sua filha Bo coincide com a minha. Ele diz que Bo riu para ele momentos após nascer, o que é raro acontecer, pois os bebês só sorriem geralmente após algumas semanas do nascimento. 
Comigo também aconteceu assim. Antes de eu nascer meus pais tiveram gêmeos, um casal, mas o menino faleceu alguns meses após nascer, então quando minha mãe engravidou de mim, um ano depois, foi grande a expectativa deles para que viesse um menino. Quando eu nasci, minha avó avisou a meu pai que era uma menina e ele, de tão decepcionado que ficou, não queria ir ao hospital me conhecer, então minha avó deu-lhe uma reprimenda, enfatizando que mesmo não sendo o aguardado menino, eu era sua filha e ele tinha obrigação de ir ao hospital conhecer-me. Assim ele fez. Ao chegar lá foi todo sem jeito me ver e tocou no meu queixo, qual não foi sua surpresa quando, naquele momento, eu abri o maior sorriso do mundo para ele e o conquistei para sempre. 
Não lembro quem foi que me contou essa história, mas sei que é verdadeira, por isso me comovo cada vez que assisto a esse filme, principalmente porque meu pai já faleceu.

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